Por Ernesto Pacheco - Enviado por e-mail
Segundo essas autoridades, a identidade visual de cada time de futebol só está servindo para alimentar a vaidade de jogadores, que deixam de ter rendimento no esporte para irem à curtição noturna e se divertir com mulheres e bebidas.
Só no futebol carioca, temos o caso típico do "imperador" Adriano, que era do Flamengo. Mas também a onda contagiou Ronaldinho Gaúcho, então também do Flamengo e hoje no Atlético Mineiro, além de Vágner Love, no mesmo clube, e Fred, do Fluminense. A camisa do time parece fazer com que os clubes cariocas, mesmo vencendo partidas, se voltarem mais à curtição do que ao esporte.
"É uma vergonha que o uniforme de um time de futebol esteja sendo usado como ingresso para as 'baladas'. Se for desse jeito, eu não vejo a hora dos times de futebol adotarem a mesma padronização visual que implantamos no sistema de ônibus do Rio", diz o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
Não é somente Eduardo que defende a padronização visual. O governador fluminense, Sérgio Cabral Filho, também se mostrou enfático com o desejo de ver Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense ostentando, em campo, rigorosamente o mesmo uniforme.
"Futebol não é questão de uniforme. É questão de jogo. É um absurdo ver a camisa do time servir para o jogador ir pra 'balada' pegar a mulherada. A padronização visual dos times de futebol é a única solução para disciplinar o futebol, porque do jeito que está a camisa do time só serve para pegação", diz Sérgio Cabral Filho.
Mas como é que se daria a padronização visual dos times de futebol? O arquiteto urbanista Jaime Lerner, também entusiasmado defensor da medida, explica o processo:
"O time deixaria de ter sua identidade visual. Haveria um único uniforme, para cada estado brasileiro, que servirá para os times de cada estado. O padrão é da CBF, um mesmo uniforme para todo o país mas com a diferença de que cada estado adotará uma cor diferente no calção. A meia será sempre branca e a chuteira será sempre preta", diz Lerner.
Sobre o fato de times de um mesmo estado se enfrentarem, o uso de um mesmo uniforme teria risco de confundir os torcedores? Jaime Lerner acredita que não.
"A tecnologia irá fazer compensações, como sistemas de identificação digital dos jogadores. Além disso, a padronização visual dará maior destaque à cara do jogador, um jogo tipo Corinthians X São Paulo com ambos usando o mesmo uniforme não trará problema nenhum, porque o número do jogador estará impresso no calção", acrescenta.
Perguntado sobre a padronização visual dos times de futebol, o secretário de Esporte do Rio de Janeiro, André Lazaroni, demonstra-se favorável. "Só vai disciplinar as coisas. A camisa do time virou mais um artifício para conquistar a mulherada do que um compromisso com o futebol. A padronização visual acabará com a identidade visual de cada time, mas trará maior disciplina e melhores jogadas".
Carlos Roberto Osório, o secretário de Transportes que, na sua função anterior de secretário de Planejamento da prefeitura carioca, havia comparecido a vários eventos do Vasco da Gama, também se mostra um firme defensor da padronização visual.
"Virou bagunça. Entendemos que a camisa do time deveria ser para o jogador jogar futebol, mas da forma que está, a solução é sem dúvida alguma a padronização visual. Eu não me importo se Vasco, Flamengo, Botafogo e Fluminense, ou outro time do estado, adote um só uniforme para todos os jogos, o que se espera é jogo, porque, mais do que um uniforme de time, futebol é esporte, é jogada, é técnica", diz.
O sub-secretário de Transportes e ex-titular da pasta, Alexandre Sansão, também não vê problema. "Haverá facilidades tecnológicas que compensarão a perda da identidade visual de um time de futebol. Serão adotados os recursos de GPS, de identificação do jogador por satélite, entre outras facilidades. Sem falar que o número do jogador aparecerá claro no calção. Além disso, orientaremos a imprensa esportiva sobre a nova realidade, e creio que haverá uma dificuldade no início, mas todo mundo se acostumará".
Sobre a questão das torcidas, há um consenso que a padronização visual irá diminuir a violência dos grupos organizados. Jaime Lerner, por exemplo, demonstra esperança nesse sentido com a medida:
"A torcida usa a identidade do time para alimentar sua vaidade e seu fanatismo. Se houvesse padronização visual, não haveria essa preocupação, porque o time adversário praticamente terá um uniforme parecido. Creio que vá haver uma melhor sensação de igualdade, que reduzirá a violência", afirma Lerner.
Medida ridícula e insensata. O argumento então para se promover tal absurdo é risível. Há outros interesses por trás disso. A coisa não é tão simplista assim. A história de um clube está no seu uniforme e no seu pavilhão. Vão trabalhar com os problemas sérios do Rio e do Brasil,autoridades!
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